A vida é igual um livro, só depois de ter lido
É que sabemos o que encerra, e nós quando
Estamos no fim da vida é que sabemos
Como a nossa vida decorreu, a minha até aqui
Tem sido preta, preta é a minha pele
Preto é o lugar onde eu moro!
Pela escura, pé rachado, filho nos braços lata na cabeça
Sobe a ladeira, Dona Rosa, a rosa do morro, a rosa que é preta
Saiba você, que nem tudo são flores, no jardim que ela vive
Tem miséria e tem crime a polícia oprime!
Mas é de lá que ela veio, é lá que ela vive, é de lá que ela gosta!
Onde as casas são feitas de madeirite rosa!
Rosa, rosa, rosa do morro rosa
Rosa, rosa, rosa do morro rosa
Rosa, rosa, rosa do morro rosa
Rosa, rosa, rosa, rosa do morro rosa
Nos caminhos por onde passou, ela viu rosas diferentes dela
Viu rosa branca, rosa vermelha, e até rosa amarela
Então ela se perguntava meu Deus
Por que tanto a minha cor incomoda?
Se nem todas as rosas... São cor de rosa!
Rosa, rosa, rosa do morro rosa
Rosa, rosa, rosa do morro rosa
Rosa, rosa, rosa do morro rosa
Rosa, rosa, rosa, rosa do morro rosa
Roberta Estrela Dalva
Quando descobri que sou poetisa, fiquei tão triste
(Rosa do morro rosa)
Há várias coisas belas no mundo que não é possível descrever
(Rosa do morro rosa)
Será que a sorte do poeta negro, é negra igual sua pele?
(Rosa do morro rosa)
Quero ser livre igual ao sol
(Rosa do morro)
Carolina Maria de Jesus
(Rosa!)